“Um dia fui paraplégico e hoje eu ando”
Adailton Pereira dos Santos perdeu o movimento das pernas, em razão de uma lesão na medula. Saiba como ele conseguiu mudar essa condição
A hérnia de disco está em primeiro lugar no ranking das causas de afastamento do trabalho, segundo informações do Ministério da Previdência Social. Só em 2023, estima-se que aproximadamente 51,4 mil profissionais apresentaram os sintomas da doença e tiveram que dar uma pausa na rotina para focar na recuperação. Apesar dela ser considerada comum, muitas pessoas ainda desconhecem sua gravidade. A hérnia de disco pode causar sérias consequências, se não for tratada a tempo, como aconteceu com o motorista Adailton Pereira dos Santos, de 51 anos. Quando adoeceu, ele trabalhava como eletricista e operador de empilhadeiras. “Eu tinha um trabalho em que pegava muito peso, mas estava acostumado. Até que um dia, em 2013, eu saí de casa para trabalhar com dor nas costas e voltei paraplégico”, relembra.
Ao desempenhar suas atividades rotineiras, ele sentiu formigamento nas pernas, que rapidamente ficaram paralisadas. “Fui diagnosticado com três hérnias de disco e uma delas comprimiu a minha medula, o que me fez perder os movimentos da cintura para baixo”, conta.
Em razão da gravidade do caso dele, os médicos iniciaram os procedimentos em busca da melhora de sua saúde rapidamente. Além do tratamento medicamentoso, foi necessária uma intervenção cirúrgica para reparar os danos na coluna. “Foram colocados seis pinos nas costas e eles resolveram o problema parcialmente. O médico me deu o diagnóstico de paraplegia e me falou que eu tinha só 1% de chance de voltar a andar”, comenta.
Apesar de ter em mãos um laudo atestando algo tão ruim, Adailton se agarrou a esse fio de esperança e seguiu fazendo uma série de tratamentos médicos. “Primeiramente, recorri à Ciência: fiz inúmeras sessões de fisioterapia e tomei vários analgésicos para tirar a dor e ver se eu tinha alguma melhora. Quando o médico me disse que já tinha feito tudo que podia para reverter o meu quadro, eu vi que tinha que aliar o tratamento médico à minha fé”, declara.
Como já frequentava a Universal, ele não abaixou a cabeça e começou a fazer propósitos na corrente de cura, que acontece às terças-feiras. “Eu já era da Igreja há quase 26 anos, então sabia exatamente o caminho que eu tinha que seguir para obter minha cura. Mesmo debilitado e na cadeira de rodas, eu não faltava a nenhuma reunião”, esclarece.
Apesar de participar das correntes e de fazer os propósitos de fé, a situação dele permanecia a mesma. Isso porque faltava um ingrediente fundamental para que o milagre acontecesse: a revolta. “Enquanto eu estava aceitando aquilo como algo normal, nada acontecia. Foram quase dois anos e meio sem me movimentar e usando fralda, até que um dia eu me revoltei contra aquela situação e manifestei a minha fé. Depois dessa atitude, não demorou três meses e eu já estava de pé novamente”, relata.
Ele explica que foi preciso deixar de ver aquela situação como normal: “houve uma mudança na minha mente e, quando eu entendi que Deus faz milagres e que eu poderia ser beneficiado por esse poder, tudo mudou”, diz.
Ver que um paralítico podia andar chamou a atenção dos médicos, que consideraram aquela situação um verdadeiro milagre. “Hoje, estou com a saúde totalmente restaurada, não dependo mais de ninguém e não preciso mais usar fraldas. Fiquei apenas com uma sequela, que foi o encurtamento de uma das pernas, mas acredito que ela ficou para comprovar que um dia fui paraplégico e que hoje ando. Depois de tudo que passei, entendi o verdadeiro valor da fé e aprendi, na prática, que o milagre sou eu que provoco”, assegura.
Hérnia de disco
O que é: é o deslocamento da estrutura que fica entre as vértebras e funciona como um amortecedor. Ao sair do lugar, o disco pode afetar os nervos da coluna, o que causa dor.
Causas: predisposição genética, envelhecimento, falta de exercícios físicos e realizar atividades de força, como levantar ou carregar muito peso.
Sintomas: formigamento e dores na coluna, na perna ou no braço.
Diagnóstico: ele pode ser feito inicialmente com base nos sintomas e depois confirmado por meio de raio X, tomografia e ressonância magnética.
Tratamento: os medicamentos costumam ser acompanhados de fisioterapia e, em casos mais graves, de cirurgia.
Prevenção: praticar atividades físicas, evitar carregar peso e manter em dia os exames de rotina.
Fonte: Ministério da Saúde