Uma esposa de pastor que servia a “encostos”
Dentro de uma igreja, mas sem conhecer quem era Deus, Débora de Castro viu sua alma mergulhar em um abismo
A pesar de crescer frequentando uma tradicional igreja evangélica, a arquiteta e empresária Débora Oliveira de Castro, de 58 anos, não conhecia a Deus. Na adolescência, escondida de seus pais, ela conta que consumia bebida alcoólica, fumava e ia a baladas. Quando tinha 18 anos, ela engravidou do primeiro namorado, mas ele não quis assumir a criança e a abandonou.
Aos 24 anos, Débora conheceu em sua igreja um rapaz que se preparava para o pastorado. Em 11 meses, eles se casaram e o esposo assumiu sua primeira filha e se tornou pastor. Eles tiveram dois filhos, mas Débora afirma que a vida do casal era repleta de conflitos porque ela sofria de depressão. Ela diz que tinha surtos psicóticos frequentes, o que levou seu marido a interná-la em um manicômio, onde sua situação se agravou. Ela foi transferida para uma segunda clínica psiquiatra e lá foi diagnosticada com depressão, síndrome de borderline e do pânico e bipolaridade.
Mundo paralelo
Ao sair da clínica, seu quadro de saúde piorou. “Eu tinha uma tristeza profunda e um sentimento de solidão. Eu não queria mais sair de casa, me trancava nua dentro do armário da minha suíte, não queria tomar banho nem comer e tudo isso com três crianças pequenas para cuidar”, lembra. Foi então que uma funcionária dela a levou a uma benzedeira, que a orientou a desenvolver sua mediunidade. Débora diz que acatou o conselho e passou a “servir a encostos” enquanto ainda era esposa de pastor, o que lhe trouxe problemas.
O casamento de 14 anos acabou, ela perdeu a guarda dos filhos, desenvolveu vício em álcool e até se relacionava sexualmente em troca de bebida. O pai dela a encontrou desacordada em casa depois de uma tentativa de suicídio e a levou para morar com os familiares.
Conhecendo a Deus
Em meio ao sofrimento, Débora conta que recebeu o convite de uma amiga para ir à Universal. Ao chegar lá, só de subir as escadas da igreja, ela recorda que já começou a se sentir melhor e, ao chegar em casa, conseguiu dormir, depois de três anos de insônia. Ela continuou frequentando a Universal, se batizou nas águas, alcançou sucesso profissional e se casou novamente. Até que ela se deu conta de que já estava há 14 anos dentro da igreja acumulando bênçãos, mas, por não se entregar totalmente a Deus, sentia um vazio inexplicável.
Durante um aconselhamento, o Pastor lhe disse que o problema dela era a falta de Deus e que somente o Espírito Santo preencheria aquele vazio. Débora abraçou aquela oportunidade e, finalmente, priorizou conhecer a Deus. Nessa jornada, ela se baseou no livro 21 Dias que Mudarão Sua Vida, uma obra devocional sobre o Evangelho de João, e relata o que aconteceu quando lia os últimos capítulos, em que Jesus promete enviar o Consolador. “Eu disse para Jesus: ‘me dá esse Espírito para que eu não me sinta nunca mais sozinha’ e, naquele momento, em casa mesmo, recebi o Espírito Santo. Foi a coisa mais sensacional que aconteceu na minha vida”.
Hoje, depois de oito anos desse encontro e mesmo diante das perdas que sofreu (em 2021, seu marido e seu pai faleceram), Débora destaca a força sobrenatural que recebeu a partir daquele dia. “Minha vida interior vai muito bem e não me sinto sozinha. O Espírito Santo me guia, orienta, acalma, conforta, consola e é meu bem mais precioso”, conclui.
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*Colaborou: Danieli Ribeiro