Unigrejas processa escola de samba Gaviões da Fiel
União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos reúne abaixo-assinado com assinaturas de 7 mil representantes de igrejas de todo o País
A União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas) entrou, recentemente, com um processo contra a escola de samba Gaviões da Fiel, de São Paulo. No carnaval deste ano, a comissão de frente da escola encenou a figura do diabo lutando com a de Jesus, como se estivesse vencendo-O. Na cena, Jesus é arrastado e surrado pelo diabo e cai no chão.
Por causa da repercussão negativa, a Gaviões da Fiel até tentou desmentir a polêmica. Mas o coreógrafo da escola, na época, admitiu que tudo foi proposital quando afirmou que “o foco era mesmo chocar (…), mexer com essa polêmica entre Jesus e o diabo e com a fé de cada um.”
Unigrejas recolheu7 mil assinaturas
A Unigrejas reuniu em um abaixo-assinado assinaturas de 7 mil representantes de igrejas de todo o País. A Unigrejas entende que a escola de samba desrespeitou os cristãos, incitou o ódio e cometeu o crime de intolerância religiosa, previsto no Código Penal.
O presidente da Unigrejas, Eduardo Bravo, acompanhado do advogado Alan Nazário, esteve no Ministério Público Federal (MPF), na capital paulista, para protocolar o documento. O processo pede a abertura de uma investigação criminal contra a escola de samba.
“Nós rejeitamos todo tipo de preconceito e de intolerância religiosa. E os sinais da fé estão cada vez mais sendo ridicularizados. Não podemos ficar calados diante de tanta intolerância”, afirmou Bravo.
Vilipêndio
Vilipêndio é o “ato de tornar (alguém ou algo) vil, rebaixado, indigno; desvalorização, aviltamento”. Conforme o artigo 208 do Código Penal: “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” é crime com pena de detenção de um mês a um ano ou multa.
A Procuradoria do MPF deve se pronunciar em até dois meses sobre a abertura do inquérito. Os representantes da Gaviões da Fiel e o carnavalesco responsável pelo desfile deste ano podem ser chamados para prestar esclarecimentos. E, por conseguinte, até ser presos.