Universal leva 25 mil mulheres às ruas na África do Sul em marcha especial

Elas caminharam mais de uma hora em silêncio por Soweto

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Na manhã de 9 de agosto, 25 mil mulheres marcharam em Soweto, na África do Sul, em silêncio. O objetivo da caminhada foi mostrar a força que a mulher possui em si e, principalmente, lembrar a cada uma que usar essa força depende exclusivamente dela.

Lideradas por Márcia Pires, coordenadora do grupo Woman in Action (Mulheres em Ação), da Universal, as sul-africanas mantiveram absoluto silêncio durante 1 hora e 20 minutos, até que chegassem ao local da reunião que seria realizada por Márcia e seu esposo, o bispo Marcelo Pires, responsável pelo trabalho evangelístico da Igreja no país.

A data escolhida para o evento foi o Woman’s Day, Dia das Mulheres local. Mais do que uma celebração ao gênero, o dia 9 de agosto mantém viva a memória de uma das datas mais importantes da história sul-africana.

“Esse é um feriado nacional que relembra o ocorrido em 1956, quando 20 mil mulheres desafiaram as leis do apartheid e marcharam em silêncio até Pretória, capital do país, pedindo permissão para trabalho e protestando contra as iniquidades raciais”, conta Márcia. “Foi um marco para o fim do apartheid na África do Sul.”

Como há 60 anos, na marcha do dia 9 as mulheres deram ouvidos à voz que clama dentro de cada uma por liberdade, respeito e mudanças para que a vida delas melhore. Mesmo no silêncio foram reveladas a identidade, as opiniões, os planos e os sonhos de cada uma, como relata Márcia: “a voz que nos encoraja é a voz de Deus, mas ela tem sido sufocada pela voz do medo, das dúvidas, dos complexos, da crítica à nossa volta. E, nessa oportunidade, em silêncio, resgatamos o nosso propósito, nossos planos e sonhos.

inalizamos mostrando que Deus não somente desperta em nós o querer, mas também nos dá os meios para alcançarmos as mudanças, pois assim O glorificamos”, enfatizou

Luta pela mulher

A bancária Prisca Baloyi, de 37 anos, conta que foi a terceira marcha organizada pela Universal para o Woman’s Day da qual participou. “Cada passo que eu dava na marcha simbolizava um passo me afastando de toda a negatividade que até hoje eu tinha permitido em minha vida. Recebi forças para tomar decisões certas, que também vão influenciar outras mulheres e impactá-las. Fui encorajada a colocar em prática o que a voz interior tem me falado e que há muito tempo tenho adiado.”

O projeto atua, principalmente, em duas frentes: conscientização e prevenção do câncer e conscientização a respeito dos abusos físicos e emocionais.

“O trabalho relacionado ao câncer engloba apoio emocional e espiritual a pacientes e familiares, realizado em muitos hospitais da África do Sul, Lesoto e Zâmbia. A doença é considerada uma maldição na cultura africana e os pacientes, além de terem de enfrentá-la, têm de lidar com o desprezo e a rejeição, pois, em certos casos, são expulsos do convívio familiar”, explica Márcia.

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Colaborador

Por Andre Batista / Fotos: Cedidas