Universal nos Presídios inicia trabalho de ressocialização em Cancún

Primeira ação realizada na quarta-feira (8) beneficiou 1,3 mil encarcerados

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Presente há 12 anos no México, o programa social Universal nos Presídios (UNP), atualmente, está ativo em 40 presídios – antes da pandemia, eram 105 –, e comemora o início do trabalho de ressocialização dos detentos em mais uma localidade. Na última quarta-feira (8), os voluntários da UNP entraram, pela primeira vez, no Centro Penitenciário de Cancún, realizando uma ação que beneficiou 1,3 mil pessoas.

“Encontramos ali dentro presos que já estavam há quase 5 meses sem saber o que era um papel higiênico”, relata o responsável pela UNP no México, Marcos Rios, ao detalhar a grande necessidade e precariedade dentro do presídio.

A população carcerária – masculina e feminina – da unidade participou do “Fim de Ano Solidário”.  Na oportunidade, foram distribuídos kits de higiene e um lanche especial.

Marcos conta que muitos presos são de outras nacionalidades, então as famílias não estão por perto e eles sofrem por se sentirem esquecidos. Para combater esse sentimento, também foi realizado na quarta-feira o “Dia da Beleza” para as detentas, a fim de que através de cuidados para o cabelo, pele e unhas, elas se sintam valorizadas.

“Uma presa nos contou que há 20 anos não comia um pedaço de bolo. Outra detenta, enquanto minha esposa cuidava do cabelo dela, relatou que estava há 30 anos presa, e 30 anos sem arrumar o cabelo”.

O grupo viajou cerca de 1.300 km, o equivalente a 18 horas de estrada, para chegar ao local.

Nessa primeira visita, o objetivo era mostrar o trabalho do programa social e assegurar aos encarcerados que eles não estão sozinhos. No entanto, as ações na unidade se tornarão contínuas. “Eles ficaram muito felizes pois disseram que nunca houve um grupo que fizesse esse trabalho ali dentro”, conclui Marcos.

A voluntária Patrícia Castro Silva também comemora a entrada no presídio. “Pensei que iríamos encontrar resistência, distanciamento e rejeição por parte das presas. Pelo contrário: parecia que elas estavam nos esperando”.

Segundo um ranking do World Prison Brief (WPB) – o principal banco de dados mundial sobre sistemas prisionais – o México ocupa a 9ª posição em maior número de população carcerária.

Trabalho em crescimento 

Distante 400 km de Cancún, o Centro Penitenciário de Chetumal – cidade colonial localizada na costa leste da Península de Yucatán no México – também abriu as portas para a UNP recentemente.

 “Entramos pela primeira vez há 3 meses para mostrar o trabalho. Naquele momento, apenas entregamos kits de higiene nas mãos da responsável, mas agora, na última sexta-feira (10), realizamos o primeiro evento e a partir de janeiro, visitaremos a localidade quinzenalmente ”, relata Marcos.

O responsável comemora a entrada nos dois centros penitenciários. “São presídios bem perigosos, onde nós tentamos durante muitos anos entrar. Finalmente as portas se abriram para o trabalho”.

A UNP atua há mais de 30 anos nas penitenciárias masculinas e femininas de todo o Brasil, amparando mais de 500 mil presidiários. Atualmente, o programa social está presente em mais de 55 países nos cinco continentes.

Em 2020, no Brasil, foram atendidas 1,4 milhão de pessoas, entre detentos, familiares e funcionários.

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