UNP combate o suicídio

Essa é uma das maiores causas de mortes em presídios brasileiros

Imagem de capa - UNP combate o suicídio

A Universal nos Presídios (UNP) promoveu, em setembro, vários trabalhos sociais de amparo aos detentos, seus familiares e agentes penitenciários. Só na última semana do mês, sete ações – incluindo cursos de capacitação (como jardinagem e paisagismo) para presos, suporte emocional para familiares e policiais, além de doações – contaram com a colaboração de 114 voluntários e beneficiaram 860 pessoas em diferentes regiões do Brasil.

Os cursos de capacitação são oportunidades para que, assim que estiverem em liberdade, os reeducandos possam retornar ao mercado de trabalho ou até empreender.

Para o responsável nacional pela UNP, Clodoaldo Rocha, 2023, quando 748 mil brasileiros foram assistidos pela iniciativa, foi “um período que superou as expectativas. Temos acolhido socialmente e proporcionado capacitação profissional aos privados de liberdade.”

Setembro Amarelo

Segundo o Relatório Preliminar de Informações Penais (Relipen), a maior parte das mortes em presídios nacionais e federais femininos e masculinos ocorreu por questões de saúde, seguidas por casos de suicídio. Em 2023, os suicídios representaram 10,8% (191 presos) das mortes registradas nas prisões brasileiras.

Tendo em vista essa realidade, a UNP atua ininterruptamente oferecendo apoio psicológico e espiritual (além do apoio material) aos detentos e a seus familiares.

No dia 24 de setembro, por exemplo, 30 voluntários foram para a frente da Cadeia Pública de Salvador (BA) realizar um trabalho de conscientização e prevenção ao suicídio. A ação beneficiou cerca de 200 familiares de detentos. Foram distribuídos livros e mensagens motivacionais e também foi disponibilizado atendimento e suporte emocional.

 A voluntária Gisele Pires relata sua experiência: “não tem preço que pague o sorriso no rosto de quem só precisa de uma conversa para ter esperança de que o que está vivendo vai passar e que ela vai vencer. Ao receberem um abraço e uma palavra de conforto, muitas se derramaram em lágrimas e disseram que não tinham isso em casa e que se sentiam muito agradecidas pelo carinho”.

Gisele conta que uma das atendidas recebeu um bilhete com uma frase de superação e, ao lê-lo, com lágrimas nos olhos, disse: “vou levar para o meu filho [detento]. Ele me disse que está pensando em se matar. Ele já tentou outras vezes”. Além dela, outro rapaz relatou que seu familiar tinha tentado se suicidar há poucos dias e falou: “o que vocês estão fazendo é muito importante”.

Já no dia 27, o programa social realizou uma palestra com o tema Setembro Amarelo para 60 agentes penais da Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos (RS).

Venino Aragão, responsável pela UNP RS, explica que o objetivo principal da ação foi oferecer paz a todos os servidores e mostrar, por meio da palestra, que é possível conciliar trabalho, lazer, família e ter o equilíbrio necessário para manter a saúde mental. “Em meio a tantas adversidades e conflitos que os servidores enfrentam diariamente dentro do sistema prisional, nós nos preocupamos em levar a eles uma mensagem de autoestima e de valorização da vida”, afirma.

Segundo o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp), os casos de suicídio entre policiais penais aumentaram 66% no primeiro semestre de 2023, em comparação ao mesmo período de 2022.

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Colaborador

UNICom / Fotos: Cedidas