Variante de superbactéria é detectada no Nordeste do Brasil

A evolução da KPC alerta para uma ameaça epidemológica. Saiba detalhes

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Uma variante da bactéria KPC, anteriormente detectada nos Estados Unidos, foi identificada por um grupo de pesquisadores apoiados pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em uma paciente admitida em um centro de saúde da região Nordeste. A mulher de 86 anos diagnosticada com infecção urinária foi a óbito 24h após sua entrada na clínica médica.

Confira aqui o estudo publicado na revista The Lancet Microbe.

O que é a KPC?

A Klebsiella pneumoniae carbapenemase é uma superbactéria multirresistente a diferentes tratamentos com antibióticos. Com isso, a sua infecção é considerada grave e alcançar a cura pode ser um processo laborioso, visto que são poucos os remédios capazes de extinguir o microrganismo.

Em alguns casos, pacientes em nível hospitalar podem ser submetidos a intervenções em unidades de terapia intensiva (UTIs), ou, aqueles em tratamentos para doenças patológicas, adquirir infecções secundárias. Quando não tratado corretamente, a infecção pela KPC pode levar ao óbito.

Uma análise publicada pela revista científica The Lancet apontou que, entre 1990 e 2021, em todo o mundo, mais de 1 milhão de pessoas morreram por resistência a antibióticos. A pesquisa também estima mais de 39 milhões de mortes pela causa até 2050, configurando uma epidemia ou até uma possível ameaça global.

Resquícios de uma recente pandemia:

Segundo os pesquisadores, o crescimento da variante superresistente ocorreu durante a pandemia da Covid-19, em 2020, em países da América Latina e Caribe, o que gerou um alerta pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a tendência de resistência das bactérias.

Para o combate da KPC, o ceftazidima/avibactam, um potente medicamento capaz de interromper a evolução da bactéria, obteve aprovação da agência norte-americana FDA e, no Brasil, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, mesmo com os resultados promissores, pesquisadores apontam que, após a Covid-19, as variantes evoluíram e criariam resistência à medicação.

Diante isso, por ora, o conselho viável de especialistas é: sempre finalizar um tratamento com antibióticos indicado mesmo que se sinta bem nos primeiros dias, assim, a resistência da variante é evitado. Além disso, atente-se aos sinais da infecção:

  • febre acima de 39ºC;
  • aumento de frequência cardíaca;
  • dificuldade de respirar;
  • tosse seca ou com catarro;
  • dor no peito;
  • sensação de mal-estar geral;
  • infecção urinária com sintomas de dor e ardor ao urinar, urina escura e com cheiro forte, aumento da frequência urinária e sensação de peso na bexiga;
  • e, em casos determinados, pressão baixa, inchaço generalizado e falha no funcionamento de alguns órgãos.

Caso sinta os sintomas, procure um médico especialista o mais rápido possível.

(*) com informações de CNN e Tua Saúde.

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Colaborador

Yasmin Lindo (*) / Foto: iStock