Viciada em ser querida e necessária

Com seu jeitinho manipulador, a personagem Maaca, um dos destaques da 12ª temporada de Reis, mostra como consegue o que quer

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Na 12ª temporada da série Reis, produção exibida na Record e no Univer Video, a personagem Maaca (Juliana Knust) continua com as suas manobras para alcançar o que deseja. A Bíblia diz que ela era filha de Absalão e foi a segunda esposa do rei de Judá, Roboão (Heitor Martinez), filho sucessor do rei Salomão, com quem teve quatro filhos. E, apesar de Roboão ter, além dela, mais 18 esposas e 60 concubinas, Maaca foi a sua preferida, a ponto de ele ter colocado seu primeiro filho com ela, Abias (Gabriel Vivan), como herdeiro do trono, apesar de ele não ser o sucessor legítimo (2 Crônicas 11.18-22).

Contudo a Bíblia também fala que essa mulher tão influente e poderosa foi deposta pelo neto, o rei Asa, por ter levantado “um horrível ídolo, a Aserá” (2 Crônicas 15.16).

Com base nessas informações, a personagem foi criada. A autora da série, Cristiane Cardoso, explicou, em seu perfil no Instagram, que Maaca cresceu em desvantagem por ser órfã, mas que, em vez de usar esse fato para se superar, ela se vitimizou. Cristiane destacou que a personagem tipifica aqueles que, “por se considerarem inferiores aos outros, acham que precisam manipular e sabotar até mesmo os princípios e valores para conquistarem mais na vida”.

Dependência manipulada

Cristiane descreveu Maaca da seguinte maneira: “uma mulher controladora, muito apegada aos filhos e ao marido, que quer muita atenção, quer muito ajudar, quer muito fazer acontecer, quer muito que o filho seja o rei, quer muito ser a favorita, tudo ela quer muito. Ela é muito intensa. (…) Ela está sempre em todos os lugares e sempre tem que ser o centro das atenções porque é uma pessoa que tira o próprio valor dos relacionamentos com as pessoas”. Para se manter no centro das atenções, Maaca usa a manipulação como arma. “Ela é o tipo de pessoa que só se sente valorizada se é querida e muitas vezes consegue essa atenção dando atenção. Ela precisa ser muito atenciosa, muito amável, ela quer agradar e fazer o outro feliz porque ela quer que ele a faça a favorita. É uma troca e isso sufoca porque não é saudável”, disse.

Cristiane reforçou que não há nada de errado em ser querida e atenciosa, mas tudo que é demais e sai do eixo, que começa a afetar outras partes, como a liberdade, a privacidade e o direito de escolha das outras pessoas, aponta para um problema.

Vida real

Pessoas com comportamento semelhante ao de Maaca são mais comuns do que se imagina, segundo a autora. Elas são pessoas que sofrem e fazem as pessoas ao seu redor sofrerem porque querem impor suas vontades e sua forma de pensar. “Isso é um problema interior. Pessoas como a Maaca têm uma deficiência emocional. Por isso, elas não devem ser condenadas, mas entendidas, porque o que precisam é de ajuda”, afirmou.

E, para quem convive com uma pessoa assim, Cristiane aconselhou que, além de orar por essa pessoa, é preciso não fazer suas vontades. “Você pode falar com ela: ‘olha, não é legal isso que você faz, como você me trata’, e tem que colocar limite porque se você fica sempre cedendo, a exemplo de Roboão e de Abias na série, você vai ser realmente anulada, vai perder a sua identidade, vai se tornar uma pessoa muito fraca e, provavelmente, igual a ela. Vai começar a fazer isso com as outras pessoas também, achando que seu valor está em fazer as pessoas fazerem a sua vontade”, orientou.

Será que na 12ª temporada da série Reis alguém colocará limites em Maaca? Acompanhe as novidades da produção no perfil oficial do Instagram @seriereis.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Leandro Márcio, JPFreitas e Ulisses Neto