Cada vez mais, casos relacionados a assaltos, a maus-tratos e a assassinatos tomam conta dos noticiários. Enquanto especialistas tentam entender e explicar à população o que está acontecendo, estudos só confirmam que a violência aumentou. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em números absolutos, mais de 50 mil mortes foram registradas no Brasil em 2020: um crescimento de 4% na comparação com 2019. Elas estão relacionadas a homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e assassinatos em ações da polícia e representam um aumento de 2.291 assassinatos.

Em fevereiro de 2020, quando começou a pandemia de Covid-19, houve crescimento de casos de violência contra a mulher em 483 municípios brasileiros. O número equivale a 20% dos 2.383 municípios pesquisados. Em 269 (11,3%) cidades, aumentaram as ocorrências de violência contra crianças e adolescentes, em 173 municípios (7,3%) foram registrados mais episódios de agressão contra idosos e em 71 (3%) contra pessoas com deficiência.

Ainda segundo o levantamento, no ano passado, o País viu a retomada do crescimento das mortes violentas intencionais, categoria que soma homicídios dolosos (83% do total da categoria em 2020), latrocínios (2,9% da categoria em 2020), lesões corporais seguidas de morte (1,3% da categoria em 2020) e mortes decorrentes de intervenções policiais (12,8% da categoria em 2020).

Além disso, os negros continuam a representar, ano após ano, ao menos 70% do total de vítimas de mortes violentas no País. Outro dado: em 12 meses, mesmo com o isolamento social, o Brasil praticamente dobrou o número de armas registradas em posse de cidadãos, ao mesmo tempo que as mortes violentas cresceram.

Sem desconsiderar os problemas sociais e econômicos que foram agravados pela crise do novo coronavírus, o que se vê são abusos generalizados que não poupam ninguém e sugerem que o País vive uma pandemia paralela: de violência. Ela também parece ser contagiosa e, assim como a de Covid-19, se aproveita dos incautos para se disseminar.

Hoje, uma simples ocorrência de trânsito pode acabar em morte, porque a violência tornou-se a maneira mais fácil de resolver o que poderia ser solucionado pela conversa. Contudo a Bíblia nos alerta para que não nos deixemos envolver facilmente pela violência: “O homem violento alicia o seu vizinho, e guia-o por um caminho que não é bom.” (Provérbios 16.29).

Portanto, quem tem comportamento violento precisa buscar forças em Deus para mudá-lo. Já que você não pode controlar a atitude do outro, é primordial que reveja suas ações. Cada um deve começar por si e pensar muito bem antes de cometer qualquer ato que possa trazer prejuízos irreparáveis aos outros. O Senhor Jesus já nos disse para amar o próximo como a si mesmo. Cabe a você fazer isso.