Viva, eficaz e verdadeira

Resistindo ao tempo e às perseguições, a Bíblia tem em sua história lições sobre o passado, o presente e o futuro

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De Gênesis, quando conta o surgimento do mundo e dos primeiros povos; passando pelo início do Novo Testamento, ao trazer detalhes sobre Cristo; até as profecias e promessas em diferentes livros e do Apocalipse, “toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3.16-17). Com tamanho poder em suas Palavras, é de se esperar que aqueles que não a aceitam acabem tentando negá-La ou eliminá-La.

Estima-se que o cânone bíblico tenha sido escrito ao longo de 1.500 anos e por mais de 40 pessoas. Então, como saber que tudo ali é real? Além dos vestígios dos locais ali citados e de existir registro dos personagens bíblicos em outras fontes históricas, descobertas arqueológicas corroboram a veracidade de seu conteúdo. “Descobertas arqueológicas continuam acontecendo, mas uma das descobertas mais importantes, sem dúvida, foi a dos Manuscritos do Mar Morto, nas Cavernas de Qumran, no fim da década de 1940 e nos anos 1950. A quantidade de manuscritos antigos e a qualidade deles marcaram a história da arqueologia bíblica”, conta Erní Walter Seibert, diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil e vice-presidente das Sociedades Bíblicas Unidas.

O mais “mais”
A Bíblia é o Livro mais traduzido e mais vendido do mundo e também o mais perseguido, mas, curiosamente, é também o mais resistente e fiel de toda a história da Humanidade.

Líderes políticos e religiosos já tentaram destruir cópias dos papiros e pergaminhos, enquanto forçavam os judeus a se converterem a outras religiões, e já denominaram de “hereges” aqueles que tinham a Bíblia consigo. Mas essa perseguição não ocorreu só no passado. Em 2023, uma manifestação em Estocolmo, na Suécia, foi controversa. Ao mesmo tempo que os manifestantes defendiam a “liberdade de expressão”, eles ameaçaram queimar um exemplar da Torá e uma Bíblia, com a intenção de denunciar a destruição do Alcorão que tinha acontecido dias antes. E aqui, no Brasil, entre outras manifestações de ódio à Bíblia, tivemos recentemente a fala de uma famosa ex-apresentadora de TV que disse que está na “hora de reescrever a Bíblia”.

Seja qual for, um livro sagrado deve ser respeitado em qualquer lugar do mundo. Todavia não é isso que acontece. Um levantamento da Missão Portas Abertas, encomendado pela Rádio Trans Mundial em 2021, revelou que ao menos 22 países impõem restrições à Bíblia Sagrada. Há locais em que possuir um exemplar é crime e a sentença para quem o comete é a morte. Na lista dos países perseguidores estão Afeganistão, Arábia Saudita, Catar, China, Coreia do Norte, Iêmen e Turquia, entre outros.

“A Bíblia sempre foi perseguida, seja por questões religiosas, seja por questões políticas. Mas não só a Bíblia é alvo das perseguições. Os cristãos também são perseguidos por causa da sua fé no conteúdo da Bíblia. (…). As perseguições que a Bíblia sofre vão desde a difamação de seu conteúdo até a perseguição física dos seus seguidores. Mas ela sobrevive a tudo isso! Ela continua sendo o Livro mais traduzido, lido e difundido da Humanidade”, lembra Seibert.

Sua inegável força
Os 39 livros do Antigo Testamento mais os 27 do Novo Testamento, que totalizam 66 livros, 11.189 capítulos e 31.105 versículos*, seguem resistindo ao tempo e às perseguições, ensinando, repreendendo e instruindo aqueles que fazem dela o seu Manual.

E por que ou como a Bíblia resiste? “É difícil entender a resistência da Bíblia ao longo dos anos. Houve quem previsse seu desaparecimento. Mas, normalmente, acontece que os perseguidores da Bíblia desaparecem e a Bíblia permanece. Vemos nisso claramente a providência de Deus. Na própria Bíblia está escrito que ‘passará o céu e a terra, porém as Minhas Palavras não passarão’ (Mateus 24.35)”, opina Seibert.

A tendência é que a Bíblia siga sendo perseguida, deturpada e difamada cada vez mais. No entanto, seja o exemplar físico, seja em um aplicativo do celular, em um site na internet ou na propagação oral de sua Palavra, a Bíblia continuará resistindo e cumprindo o que o Autor inspirou que fosse registrado em Mateus 24.35, enquanto transforma a vida de todos que a têm consigo.

*Levando em consideração a versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), traduzida para o português por João Ferreira de Almeida

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Colaborador

Laís Klaiber / Foto: LynetteKillam/getty images