Você conhece a febre do Mayaro?
Mais uma doença transmitida por mosquitos atinge a população e desperta a atenção para os cuidados com a proliferação desses insetos
Como se não bastassem doenças como dengue, chikungunya, febre amarela e zika, agora mais uma, também transmitida por mosquitos, entra em cena: a febre do Mayaro.
A doença é comum na Região Amazônica, principalmente na Região Norte, sobretudo nos Estados do Pará e do Tocantins, mas uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que ela já avançou pelo centro do Brasil, atingindo principalmente o
Estado de Goiás, e já está no Sudeste pelo menos desde 2015, com casos recentes confirmados em território fluminense.
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, município do interior paulista, confirma a informação e informa que o vírus também já foi detectado em São Paulo.
A doença é transmitida por diferentes mosquitos, principalmente o Haemogogus, que vive em regiões de matas e na vegetação à beira de rios.
O vírus é da mesma família do Chikungunya e causa sintomas bem parecidos.
O Mayaro também pode ser transmitido, além de pelo Haemogogus, pelos populares pernilongos e o Aedes aegypti, o temido mosquito preto com manchas brancas que é o principal transmissor da dengue.
Pesquisas recentes indicam que outros gêneros de mosquitos (como Culex, Sabethes e Psorophora) também podem espalhar esse vírus, o que aumenta a possibilidade de risco da transmissão em ambiente urbano em um futuro bem próximo.
Por isso, evitar os focos de reprodução desses insetos se torna ainda mais importante, com as providências de costume, como evitar água parada e não deixar lixo espalhado ou destampado, pôr areia nas bandejas de vasos de plantas, tampar caixas d’água, entre outras. Essas são as melhores pedidas para conter a proliferação da doença, já que ainda não existe vacina para ela.
O ciclo da doença se parece muito com o da febre amarela. Um mosquito com o vírus infecta um ser humano ou um macaco. Quando outro inseto pica o infectado, “pega” aquele vírus e passa adiante ao picar outras vítimas. O Mayaro também já foi detectado em répteis, roedores, cavalos e aves.
Os pesquisadores da UFRJ consideram que o vírus ainda não se adaptou aos mosquitos urbanos, como aconteceu com a febre amarela, antes uma doença tipicamente silvestre, mas que chegou a algumas cidades. Mas os mesmos estudiosos revelam que isso pode acontecer em breve, já que a enfermidade pode ser transmitida por outros mosquitos, como já foi mencionado neste
texto anteriormente.
A ciência ainda não providenciou uma cura para a febre do Mayaro. Caso identifique algum sintoma, procure uma unidade de saúde imediatamente.
Quais os sintomas?
Febre de início repentino, mas que dura só três dias
Dores musculares e de cabeça
Dores e inchaço nas articulações, que às vezes persistem por alguns meses e até por um ano
Manchas vermelhas pelo corpo
Calafrios
Fotofobia (sensibilidade intensa à luz)
Aumento dos gânglios linfáticos no pescoço, axilas ou virilha (conhecido popularmente como íngua)
Tontura
Náuseas