Você está distorcendo a realidade?

Veja como os seus sentimentos podem levá-la à interpretação errada de um fato

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Você já parou para se perguntar por que a mesma situação pode gerar diferentes reações? O homem é o único ser em toda a Terra que possui a capacidade de raciocinar, mas isso não significa, necessariamente, que todos os seus comportamentos, suas escolhas e decisões sejam baseadas na razão. Muito pelo contrário: além do fator racional, suas reações são influenciadas pelos sentimentos.

Na Bíblia há o relato em Mateus 9.32-34 de um endemoninhado mudo, que, depois de liberto pelo Senhor Jesus, começou a falar: “Trouxeram-Lhe um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca se viu tal em Israel. Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios.”

Repare que esse fato gerou duas reações: é possível perceber que, enquanto as pessoas que estavam ao redor reconheceram o poder diferenciado de Jesus, os fariseus encontraram motivos para criticá-Lo e até para ofendê-Lo. Se o fato era o mesmo, por que essa diferença de reações? A resposta é a interpretação dada a ele.

Variações da realidade
A interpretação pode variar em razão dos sentimentos. No caso dos fariseus, internamente, eles tinham inveja de Jesus que, por meio de suas ações, libertava o povo e transformava a vida daqueles que criam, enquanto eles não tinham nenhum poder e viviam presos à religiosidade.

Da mesma forma, a realidade de cada ser humano é construída pelos sentimentos que ele carrega dentro de si. Maus olhos e malícia, por exemplo, podem fazer uma pessoa distorcer a realidade, fazer suposições e julgar os outros. Nesses casos, dificilmente a ideia errada que se formou fica apenas com uma pessoa, pois ela faz questão de compartilhá-la, o que dá início às fofocas.

Essa é uma situação comum fora e dentro da Igreja. É importante ressaltar que os fariseus eram conhecedores da lei, ou seja, tinham conhecimento bíblico, mas não o praticavam. O mesmo ocorre a muitos que hoje estão dentro da Igreja: eles conhecem a Palavra de Deus, mas não a praticam. Muitas mulheres não mentem, não adulteram, não se prostituem, mas, na hora de sacrificar o seu “eu” e evitar fazer comentários sobre os outros, não resistem e acabam errando.

Em uma postagem em sua rede social, a colunista Viviane Freitas explica que esse tipo de comportamento é comum àquelas que vivem uma fé baseada na emoção. “Quando a pessoa está usando uma fé emotiva, ela não raciocina, mas parece que é um raciocínio. Por isso que é emotiva, porque confunde com a inteligente, mas raciocina com o coração”, diz.

Real ou sentimental?
Um bom exemplo de distorção da realidade acontece quando alguém chama sua atenção. Ninguém gosta de ter um erro exposto, mas qual é a sua reação quando isso acontece? Quem se limita ao fato tem o seguinte pensamento: “ok, errei. A partir de agora, com essa orientação, vou prestar mais atenção para não errar de novo”. Já quem se deixa envolver por seus sentimentos logo pensa: “isso é perseguição. É a segunda vez só nesta semana”. A pessoa cria em sua mente uma série de situações que, às vezes, nem existem.

“As pessoas que dão ouvidos à emoção, que é o sentimento de inveja, de inferioridade, de impotência, não estão raciocinando”, afirma Viviane.

Segundo ela, a única forma de neutralizar os sentimentos é por meio da Fé racional. “A Fé não é apenas para que você resolva problemas só do lado de fora, da família ou no aspecto econômico, mas para salvar você e para que você não jogue fora tudo aquilo que Deus tem feito na sua vida”, finaliza.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Foto: Getty Images