Você já ouviu falar de gordura no fígado?

Veja como prevenir e tratar essa doença cada vez mais comum

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Popularmente chamada de gordura no fígado ou fígado gorduroso, a esteatose não alcoólica é uma doença que atinge 30% da população mundial, cerca de 24 milhões de pessoas. No Brasil, 6,3 milhões sofrem com a enfermidade. A estimativa é que aproximadamente metade dos portadores evolua para formas mais graves. A doença é uma condição cada vez mais comum e o pior é que ela pode se manifestar também na infância.

Para a médica hepatologista Cristiane Villela Nogueira, professora titular de hepatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e secretária-geral da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), a doença é uma verdadeira epidemia. “Ela consiste na infiltração gordurosa do fígado acima dos 5% em pessoas que não ingerem álcool ou que ingerem uma quantidade mínima diária de até 20 gramas de etanol”, explica.

De acordo com Cristiane, a doença pode ocorrer por vários fatores. “O diabetes é um fator de risco muito importante e sua causa também está ligada à obesidade e à síndrome metabólica (veja mais dados ao lado). Há um pequeno grupo em que a causa está relacionada a fatores genéticos”, esclarece.

Por ser uma doença silenciosa, a especialista alerta para a necessidade de exames específicos: “algumas pessoas podem sentir um peso do lado direito do corpo, mas, na maioria das vezes, ela é assintomática. Para que não seja descoberta tardiamente, é importante que o médico com quem você costuma fazer acompanhamento indique, entre os exames de rotina, a ultrassonografia ou outros testes de imagem, como a elastografia e a ressonância”.

Mesmo sendo um problema grave, Cristiane afirma que a doença pode ser controlada. “Com a mudança de hábitos e adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios, é possível perder peso e ter uma regressão dessa gordura no fígado. A perda de 5% a 7% do peso tem se mostrado eficaz, mas não adianta adotar essas ações apenas por um período. Elas têm de ser constantes. O controle só é possível se a pessoa adotar permanentemente a mudança de estilo de vida”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson