Você já sofreu perseguição por conta da sua Fé?

A intolerância religiosa é uma realidade no Brasil e no mundo, mas a convicção em uma crença não anula a importância de respeitar o próximo

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“E, por causa do meu Nome, sereis odiados de todos”: o início do versículo de Mateus 10.22 descreve o que sucedeu no passado, continua a ocorrer no presente e, infelizmente, seguirá acontecendo no futuro. A perseguição contra a Fé perdura por gerações, ora pela crença, ora pela placa da igreja, ora por seus princípios e valores. Hoje essa atitude é chamada de “intolerância religiosa”.

Intolerância é a “intransigência contra pessoas que têm opiniões, atitudes, ideologia, crenças religiosas, etc diferentes da maioria”, segundo o Dicionário Michaelis. Todavia, curiosamente, a Fé mais seguida no mundo é uma das mais perseguidas. De acordo com a World Christian Database, há pessoas que se declaram cristãs em todos os 237 países e mais de 30% da população mundial professa essa Fé.

Segundo a Lista Mundial da Perseguição 2024, feita pela ONG Portas Abertas, “mais de 365 milhões de cristãos enfrentam altos níveis de perseguição e discriminação por causa da Fé em Jesus”. Essa intolerância contra os cristãos ocorre na forma de violência sexual, física e psicológica; ameaça de morte e mortes; prisões sem o devido julgamento; ataques a igrejas, casas ou comércios de cristãos; e sequestro. A perseguição força muitos a fugirem de casa ou do país por conta da sua Fé.

Em nossas fronteiras

A legislação brasileira garante a liberdade religiosa e de culto, mas é inegável que, diante da pluralidade de credos, a intolerância também está presente. Dados mais recentes do Disque 100 (canal de denúncias de violação de direitos humanos) mostram que o Brasil registrou 2.124 ações ligadas à intolerância religiosa em 2023.

Apesar da média de cinco denúncias por dia parecer pequena, é necessário reconhecer que poucos denunciam quando são vítimas de intolerância religiosa em casa, no trabalho, na escola, nas redes sociais e até nas notícias. E por que convivemos com tanta intolerância? Eis uma explicação em 2 Timóteo 3.12 e 14: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. (…) Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido”.

Você já sofreu perseguição por conta da sua Fé?Quando decidimos levar uma vida pautada na Palavra de Deus e sermos Seus imitadores (Efésios 5.1), já esperamos nos tornar alvos de intolerância. Mas o maior problema não é a intolerância em si, mas o quanto ela atrapalha a propagação do Evangelho e também a oferta de assistência social e humanitária realizada pela igreja. “Atrapalha, e muito, pelo fato de influenciar pessoas a terem pensamentos totalmente equivocados em relação à igreja e, infelizmente, até por adiar que as pessoas se entreguem a Deus e tenham suas vidas transformadas. Muitas vezes tentamos ajudar as pessoas, mas muitas delas acabam rejeitando a ajuda por influência desse preconceito”, cita o Bispo Celso Rebequi, presidente da União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas), instituição que leva aos servos de Deus de diversas denominações a consciência do que Deus espera do trabalho realizado pelas entidades religiosas que se pautam na Bíblia, incluindo a conscientização sobre o respeito mútuo de forma que não exista nenhum tipo de preconceito.

Sem esmorecer

Vários trechos da Bíblia destacam que Deus não faz acepção de pessoas e, por isso, todo o trabalho realizado pela igreja é baseado no amor e no respeito, seguindo o que está escrito no Texto Sagrado. O verdadeiro cristão sempre estende as mãos a todas as pessoas, mesmo aquelas que manifestam algum tipo de preconceito contra a nossa Fé. O verdadeiro cristão vai aonde a maioria das pessoas não quer ir, como comunidades carentes, presídios e asilos, ou se dirige a pessoas em situação de rua e leva o Perfume de Cristo sem perguntar a religião de ninguém.

Você já sofreu perseguição por conta da sua Fé?O verdadeiro cristão suporta qualquer intolerância enquanto ajuda todos, mostrando que não é religioso, mas, sim, que faz a Obra de Deus. Graças a essa atitude, na Universal, muitas pessoas que antes nutriam algum tipo de preconceito contra a Igreja hoje fazem parte desse exército da Fé e levam o Evangelho adiante.

Ainda que faça o alerta sobre a perseguição, a passagem de Mateus 10.22 termina com uma promessa: “contudo aquele que permanecer firme até o fim será salvo”. O Bispo Rebequi declara: “quando sofremos intolerância e preconceito, logo vem o desejo de rebater a nosso próprio modo, mas se fizermos o que Jesus nos ensina em Lucas 6.27-28 – ‘amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelo que vos caluniam’ –, veremos que, pelo menos com as pessoas com quem convivemos, vamos desfazendo o preconceito e cooperando para que ele se enfraqueça a cada dia”.

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Kaelhser/GettyImages e Cedidas