Você sabe o que é cancelamento?
O termo é novo, mas o comportamento não. Acompanhe a reflexão da colunista Núbia Siqueira
O termo cancelamento é novo, mas o comportamento não é tão novo assim. É o que afirmou a escritora e colunista Núbia Siqueira, em vídeo publicado no perfil oficial do Godllywood em Portugal, na rede social Instagram.
De acordo com a colunista, esse termo foi eleito em 2019 como o que mais caracteriza o comportamento humano nos últimos tempos. Trata-se de um fenômeno mundial, que surgiu como desejo de aplicar uma correção, uma disciplina em alguém cujo comportamento é considerado inconveniente, inadequado, especialmente no que diz respeito a algum tipo de discriminação, como racismo e bullying.
Caim também “cancelou” Abel
Contudo, ela destaca que a expressão saiu do campo da correção, de se fazer o outro pensar, para algo muito mais exacerbado. “Porque hoje cancelado é todo aquele que pensa diferente da maioria. Não é preciso esboçar um comportamento que seja errado, basta que você discorde ou emita uma opinião que difere da maioria”.
Para Núbia esse comportamento é o mesmo tido por Caim em relação ao irmão Abel. Caim, inconformado com o fato da oferta do irmão ter sido aceita por Deus e a dele não, tratou de achar uma maneira de cancelá-lo. Hoje, entretanto, não é preciso matar uma pessoa fisicamente, como fez Caim, basta usar as redes sociais e determinar que aquela pessoa não é mais bem-vinda no seu mundo.
Outro tipo de cancelamento
Segundo ela, há também outra forma de cancelamento muito comum, que acontece no coração. É quando você odeia uma pessoa. Aos olhos de Deus é como se você estivesse a matando. É um assassinato no coração, você está eliminando-a da sua vida, dos seus sentimentos.
“E aí você leva isso para as redes sociais, porque hoje nós temos nesse mundo virtual, que é uma extensão do mundo real, um palco de justiceiros, de pessoas que têm os seus padrões, o seu julgamento, que têm a sua régua do que é bom e do que é ruim, do que é legal e do que não é legal”, diz.
A fábrica de salsicha
A colunista ainda pontuou que a cultura se tornou como uma grande fábrica de salsicha em que todas são exatamente iguais. Assim também tudo que é apresentado na sociedade é para que as pessoas pensem da mesma forma, vejam, desejem e consumam as mesmas coisas.
Sendo assim, aqueles que ousam pensar e ser diferentes vão pagar o preço. “Em algum momento, nós seremos cancelados. Porque o que é bom hoje é andar com a maioria, gostar do que todo mundo gosta”, lamenta.
Portanto, devemos nos recusar a entrar nessa fábrica de salsicha. Contudo, a escritora destaca que é preciso saber pagar o preço, pois todas as pessoas de bem que prezam pela verdade, que têm padrões, valores e conservam os seus princípios não serão atraentes para o mundo.
Então, ela deixa um alerta:
“Você tem que estar pronto, porque em algum momento você vai ser excluído, as pessoas vão te rejeitar. Mas vale a pena pagar o preço por amar a verdade, vale a pena pagar o preço por seguir os padrões que são corretos. Por mais que o mundo tente desconstruir os padrões, tirar todas as balizas entre o certo e o errado, lembre-se do que realmente vai pesar para a eternidade. Vale a pena sofrer por Jesus, vale a pena sofrer pelo que é certo. Cada lágrima, cada dor, cada luta vai ter uma recompensa. Ainda que a gente fique só, ainda que nós não tenhamos tantos seguidores nas redes sociais”, conclui.