Você se sente sobrecarregada?

Será que já criaram um jeito ou uma fórmula para termos tempo para tudo?

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Já virou tema de pesquisa, assunto de tese e motivo para que muitas mulheres cheguem em casa e procurem um analgésico para que consigam aliviar suas dores. Ficar com as pernas no sofá, no entanto, não é uma opção – não que elas não gostariam ou não mereçam. A dupla jornada – o trabalho dentro e fora de casa – tende a fazer com que muitas se sintam sobrecarregadas. E não é exagero: ter que gerenciar responsabilidades e executar afazeres domésticos pode ser um desafio e tanto e, para isso, quase fazem malabarismo para dar conta de tudo que é preciso.

De acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), publicada em abril de 2019, o trabalho e as tarefas domésticas afetam quase duas vezes mais as mulheres do que os homens. O estudo denominado Lightening the Mental Load that Holds Women Back (Aliviando a carga mental que retém as mulheres, na tradução livre) escutou mais de 6.500 funcionários em 14 países. Já a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também de abril de 2019, reacendeu a questão ao revelar que as mulheres trabalham, em média, 3,1 horas a mais do que os homens.

Os tempos modernos e as teorias que supostamente pregam a favor da mulher não apontam, no entanto, para a solução ou para uma dinâmica que não esgote a mulher. O fato é que, atualmente, as mulheres desempenham, sim, várias funções, sem que possam desvincular os cuidados com a família e a casa com os da carreira ou dos estudos, por exemplo. Só que, por estarem sobrecarregadas elas podem se sentir culpadas, cansadas e frustradas e, por tabela, começar a olhar para si mesmas como mulheres não realizadas.

Análise
Para a escritora e apresentadora Cristiane Cardoso, o novo perfil feminino tem vantagens e desvantagens. Ela observa que o ideal seria que a mulher conseguisse manter os cuidados consigo mesma e com a família, mas o que ocorre é que ela está se desenvolvendo cada vez mais no mercado de trabalho e cada vez menos nos relacionamentos. Ela diz qual é o problema: “normalmente a mulher pensa que está priorizando o que é importante e, na verdade, está priorizando o que não é. Ela tem que estar bem consigo mesma para depois estar bem com as outras pessoas em sua vida”.

Cristiane orienta o que deve ser feito para saber priorizar as atividades. “A primeira coisa em que investi foi no meu relacionamento com Deus, o que me ajudou a priorizar as demais coisas na minha vida. As pessoas querem muitas coisas, mas não têm o que precisam primeiro para conquistar tudo e ainda serem felizes. Deus nos dá esse equilíbrio, mas não é através da religiosidade e sim de um relacionamento verdadeiro com Ele. A mulher que conhece Deus, conhece seu valor.”

Sem tempo?
É preciso que a mulher olhe para si mesma e reconheça as necessidades e os excessos e que diferencie capacidades de limites. Aprender a administrar o tempo ao listar tarefas pode ser um bom começo, colocar metas possíveis ao longo do dia e focar na execução de uma atividade por vez também – afinal, ninguém nasceu uma heroína de gibi. Outra dica é evitar procrastinar, o que pode resultar em acúmulo de tarefas, e saber delegar funções, em vez de querer carregar o mundo nas costas.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Getty Images