O Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito em todo o mundo, atrás apenas da China e da Índia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados divulgados em setembro deste ano pelo Ministério da Saúde mostram que 38.651 pessoas morreram em acidentes de trânsito em 2015. Apesar da queda de 11% em relação ao ano anterior, o problema continua grave.

O número real de vítimas pode ser maior, pois muitos acidentes são subnotificados em todo o mundo, como alerta a OMS. Motociclistas e jovens entre 20 e 39 anos são as principais vítimas.

Os acidentes de trânsito são a segunda ocorrência que mais gera atendimento nos serviços públicos de emergência no Brasil. Só entre 2010 e 2015, esses atendimentos custaram mais de R$ 1,3 bilhão ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Custo por acidente

O que você faria com R$ 646 mil? Compraria uma casa, um carro? No Brasil, esse é o gasto gerado a cada acidente de trânsito com morte em uma rodovia federal. O valor impressionante corresponde a custos com atendimento hospitalar, remoção de vítimas, perdas de produção, retirada de veículos e danos à propriedade pública e privada.

Acidentes com feridos custam R$ 90 mil e acidentes sem vítimas geram gastos de R$ 23 mil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados em 2015. A violência no trânsito gera custos sociais de R$ 56 bilhões por ano, segundo atualização dos números do Ipea feita pelo Observatório Nacional de Segurança Viária em 2016. Esse valor é maior, por exemplo, do que os R$ 31,43 bilhões do orçamento do Ministério da Educação em 2017. O prejuízo é pago por você e por toda a sociedade brasileira.

Como prevenir

Os acidentes de trânsito geram dor, tristeza e milhares de mortes todos os anos no Brasil. Mas essa tragédia ainda tem outras consequências: invalidez permanente de milhares de brasileiros, perdas na economia e custos altíssimos ao Estado. Por isso, combater a violência no trânsito traz benefícios em todas as áreas. Quanto mais dinheiro for poupado com a redução de acidentes, por exemplo, mais sobrará para investir em áreas fundamentais, como saúde e educação.

E essa luta começa com a conscientização e o respeito às leis. Usar cinto de segurança, respeitar limites de velocidade e seguir a sinalização são atitudes que todo cidadão deve tomar. Vale lembrar que o uso do celular ao volante aumenta o risco de acidentes e mortes.

Nas mãos de um motorista sem responsabilidade, o carro se torna uma arma. Governos e concessionárias também devem fazer sua parte, garantindo a aplicação de leis, a conservação de estradas e a sinalização adequada. Acabar com a tragédia do trânsito pode significar um futuro diferente para o Brasil.