Você vive um relacionamento abusivo?

Violência contra a mulher não se resume à agressão física. Xingamentos, perseguição e ameaças também fazem parte do problema. Saiba como pedir ajuda e quebrar este ciclo

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Mais uma pesquisa comprova que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. O País teve uma mulher assassinada a cada duas horas em 2018, segundo o Atlas da Violência 2020, divulgado em 27 de agosto. O estudo foi feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com dados do Ministério da Saúde.

Outro levantamento recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que houve crescimento de 27% das denúncias de violência contra as mulheres entre março e abril deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. O número de feminicídios (ou seja, assassinatos de mulheres) também aumentou 22,2% no mesmo período.

A existência da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), uma das mais importantes do mundo no combate à violência, ainda não é capaz de evitar novos casos. “Por mais que tenhamos uma lei que é referência no tema, sabemos que na prática não é tão simples assim. A mulher passa por muitos processos quando faz uma denúncia e isto é um dos fatores que levam muitas mulheres a preferir se calar. Outros fatores são medo de ser criticada, pressão social, dependência emocional do parceiro e problemas financeiros”, explica Fernanda Lellis, coordenadora nacional do Projeto Raabe, que oferece orientações e apoio emocional e espiritual a mulheres.

Relacionamento abusivo
A violência contra a mulher não se resume a agressões físicas. Em muitos casos, o relacionamento abusivo começa de forma sutil. Por isso, fique atenta. Fernanda Lellis esclarece alguns sinais que indicam que o relacionamento pode ser marcado por violência: “alguns sinais precisam ser observados como, por exemplo, se o paceiro demonstra um comportamento controlador e faz com que a mulher se sinta emocionalmente dependente dele. Toda agressão começa com gritos e pedido de desculpas até que se chegue às vias de fato”, alerta.

Busque apoio
Para sair do ciclo de violência, a mulher precisa buscar ajuda. Esta é a recomendação do Projeto Raabe, acrescenta Fernanda Lellis. “É importante buscar apoio emocional da família, dos amigos, de projetos, como o Raabe, e buscar os órgãos legais competentes. Muitos municípios já dispõem de programas e/ou serviços especializados no atendimento social e jurídico às mulheres em situação de violência.

Se no seu município não existe um desses programas e/ou serviços para atendê-la, você pode procurar apoio e orientação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) ou nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas)”, enumera.

Já o Raabe atende na sede do projeto, na Avenida Celso Garcia, número 605, em São Paulo (SP), por WhatsApp, no número (11) 95349-0505, e no site www.projetoraabe.org. Na sede, o Raabe oferece o Curso de Autoconhecimento, que é gratuito e ocorre mensalmente.

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Colaborador

Rê Campbell / Arte: Edi Edson