“Voltamos por causa do nosso filho”
No programa Escola do Amor Responde, a aluna Laiana disse aos professores que ela e o esposo ficaram separados por dez meses. Quando ele saiu de casa, ela estava grávida de três meses. Durante esse período, o companheiro se envolveu com outra pessoa. Contudo o casal conversou e resolveu reatar o relacionamento. Porém, sempre que falam sobre a relação, os dois chegam à conclusão de que não se amam mais. Laiana pediu ajuda dos professores Renato e Cristiane Cardoso sobre o que fazer.
Laiana – Eu e meu esposo ficamos separados durante dez meses. Ele saiu de casa quando eu estava grávida de três meses e, depois, se envolveu com outra pessoa. Passado um tempo, nós conversamos e resolvemos reatar o relacionamento. Entretanto, sempre que conversamos sobre nós, chegamos à conclusão de que voltamos por causa do nosso filho e que já não nos amamos. Também nos perguntamos como vai ser nossa relação quando nosso filho estiver maior. Precisamos de ajuda, pois percebo que o sentimento entre nós está escondido em algum lugar e que precisamos reencontrá-lo juntos.
Renato – O que nós costumamos falar para as pessoas separadas é que elas não podem ficar perdendo tempo por causa da separação. Vocês, por exemplo, estão morando juntos, mas estão separados dentro da própria casa. Uma separação implica uma pendência, porque é algo diferente de divórcio. Divórcio significa que você já acabou aquele relacionamento, decidiu que não dá mais, virou a página, desfez o casamento e é uma pessoa solteira novamente. Por outro lado, uma pessoa separada está com uma pendência, pois ainda está ligada a alguém com quem mantinha um relacionamento, na esperança de que os dois ainda vão reatar. A separação, por si só, arranca da pessoa um tempo precioso e, a cada dia que passa, ela perde mais tempo e pode estar complicando ainda mais sua situação. Vocês se separaram por dez meses e, depois que o filho de vocês nasceu, resolveram reatar sem resolver o problema da separação e agora ficam na dúvida se voltaram só por causa do filho. Esse tempo está sendo perdido e vocês estão ferindo um ao outro, impedindo que esse relacionamento seja resolvido.
Cristiane – Outra coisa interessante é que vocês não tiveram problema em começar a amar essa criança, mas não sabem se ainda se amam. Seu esposo não conhecia essa criança, ele ficou fora durante quase toda a gravidez, mas só o fato de saber que o filho era dele foi suficiente para que ele começasse a desenvolver um amor por ele. Isso é uma coisa normal, claro, todo mundo faz isso com os filhos. Ninguém faz isso, por exemplo, com uma criança que passa na rua, no colo de outra pessoa. Com um filho é diferente: a pessoa decide amá-lo e, a partir disso, começa a fazer coisas que mostram o seu amor pelo bebê. Essa é a mesma coisa que se faz em um relacionamento. Frases como “eu acho que não nos amamos mais” são ditas porque vocês decidiram que o relacionamento seria baseado na gravidez e no filho. Assim, vocês reataram por causa do bebê e não pelo desejo de permanecerem juntos. Vocês decidiram isso na mente, no intelecto, então fica difícil fazer o relacionamento funcionar porque a decisão foi baseada apenas no bem-estar do filho. Entretanto é possível mudar de atitude se vocês decidirem que vão fazer esse relacionamento funcionar. Com essa decisão, vocês vão começar a procurar formas de resolver os probleminhas que existem entre os dois. Seu esposo se envolveu com outra pessoa, como você vai lidar com isso? E como ele está lidando com isso? O que ele vai parar de fazer ou começar a fazer para que o relacionamento funcione? Essas são coisas que vocês devem decidir.
Renato – Em resumo, vocês precisam começar a fazer o que quem ama faz. Se decidirem amar um ao outro, vocês vão começar a fazer o que quem ama faz. É isso que é preciso ser feito no relacionamento de vocês. Esse é o nosso conselho.
Acompanhe o Escola do Amor Responde pela Rede Aleluia, de segunda a sexta-feira, às 6h30 e às 11h30, ou pelo site blogs.universal.org/renatocardoso/escola
Saiba mais:
Leia as demais matérias dessa e de outras edições da Folha Universal, clicando aqui. Folha Universal, informações para a vida!