Voluntários já ajudaram 40 mil imigrantes venezuelanos em Roraima
Ação humanitária oferece comida, roupas e cuidados médicos a refugiados. Cerca de 60% são crianças
O programa social A Gente da Comunidade (AGC), realizou mais um evento Unisocial no dia 15 de março em Roraima. Os constantes eventos já beneficiaram 40 mil venezuelanos desde o ano de 2017, onde se iniciou a crise migratória. Doações de alimentos e atendimento médico, foram oferecidos para os venezuelanos que se encontram na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, localizada na cidade de Pacaraima.
Aílton Duarte, coordenador do AGC do estado, explica que, atualmente, a maior preocupação do grupo tem sido com as crianças, pois elas seriam a maioria entre os refugiados. “Cada venezuelano chega a Roraima com pelo menos dois filhos. Acredito que um adulto consiga compreender a dificuldade atual que se encontra, mas uma criança, normalmente, não”, lamenta o coordenador.
“No ano passado, presenciamos esses pequenos procurando comida no lixo – por tamanha fome que estavam passando. Graças a Deus e à ajuda de muitas pessoas, estamos conseguindo amenizar essa situação”, avaliou Ailton.
Além de alimentos, peças de roupa e água potável também são doadas aos imigrantes que fogem da Venezuela em busca de condições de sobrevivência, já que seu país não fornece mais.
A ação de 15 de março também contou com a presença de enfermeiros que aferiram a pressão e encaminharam os venezuelanos que estavam com quadros alterados para o posto de saúde mais próximo.
Segundo o coordenador, as ações estão sendo intensificadas para os venezuelanos que estão fora dos abrigos, pois os mesmos se encontram como clandestinos no país e isso dificulta a ajuda do governo em alcançá-los. “Além da fome e sede, muitos necessitam de atendimento médico, pois os mesmos se encontram doentes e com feridas nos pés por caminharem do seu país até o Brasil em busca de ajuda”, concluiu Aílton.
Perspectivas de piora
Levantamento da ONU aponta que, diariamente, cerca de cinco mil pessoas deixam a Venezuela em busca de melhores condições de vida.
Os poucos negócios que continuam abertos no país funcionam precariamente, quase sem produtos e com poucos funcionários. Os alimentos são um dos poucos itens vendidos na moeda local – bolívares soberanos.
Outra consequência do caos no país, é o aumento de pedintes e da população em situação de rua, o emagrecimento do povo e, em casos mais graves, a desnutrição entre crianças e idosos.