O pecado de Moisés
A incredulidade produz um comportamento tão insolente e desaforado que põe em xeque a confiabilidade na Palavra Divina
No deserto de Zim, o povo estava sedento e não havia água para o consumo. As pessoas começaram a reclamar e a discutir com Moisés, que rogou a Deus por uma solução. O Senhor lhe ordenou que falasse à rocha para que dela saísse a água que saciaria a sede de todos (Números 20).
Imagine um líder que, por mais de três décadas, conduzia uma multidão com cerca de três milhões de pessoas pelo deserto, as quais, sucessivamente, o culpava por qualquer dificuldade e frustração. Além disso, era um momento extremamente difícil para Moisés, pois, ele havia acabado de sepultar sua irmã. Silenciosamente aquele homem sofria a dor da perda de Miriã.
Então, por um instante de descontrole e ira, ele bateu na rocha duas vezes em vez de falar a ela. Essa atitude entristeceu sobremaneira a Deus, que o impediu de entrar na Terra Prometida.
Talvez você esteja pensando que o ato de Moisés não foi tão grave assim e que certamente sua fraqueza deveria ser compreendida por Deus, não é verdade? Não, não é verdade. Justamente porque Deus julga a raiz do pecado e penetra onde os olhos humanos não conseguem ver e avaliar. Para o Altíssimo não importam as justificativas dadas por uma pessoa para defender o seu erro, pois Ele não é convencido por nenhuma desculpa usada para a prática do pecado. Ele enxerga o pecado em si.
Irrefletidamente, Moisés desobedeceu ao que lhe foi mandado fazer. A água jorrou para saciar a sede do povo, porém, Deus os repreendeu severamente: “Visto que não crestes em Mim, para Me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei.” Números 20.12
Repare que o pecado de Moisés não foi carnal, cometido por uma fraqueza ou uma tentação, mas espiritual. Ele desobedeceu porque foi incrédulo. E vindo de Moisés, Deus considerou um duro golpe, como a traição de um amigo, visto que Ele o honrava diante de todos e agora estava sendo desonrado na frente do próprio povo. Seu Nome não seria santificado e nem receberia a glória de vida. Moisés e Arão prevaricaram contra Deus e usaram sua posição de liderança com motivação errada (Deuteronômio 32.51).
A incredulidade produz um comportamento tão insolente e desaforado que põe em xeque a confiabilidade na Palavra Divina, como se o Todo-Poderoso não fosse capaz de cumprir o que promete.
O pecado custou a Moisés o que ele mais desejava: terminar sua missão. Ele teve o prazer, ou o pesar, de avistar a Terra Prometida de longe, mas não pôde entrar, apesar de insistir, e muito, com o Altíssimo. Para um líder como ele, não poderia haver nada mais doloroso.
Diante do que aconteceu com Moisés podemos considerar uma preciosa lição: quanto mais conhecemos a Deus e a Sua Palavra mais temor e tremor devemos ter, pois Ele tratará as nossas falhas com critérios justos e individuais, e ninguém estará imune às consequências das faltas praticadas.