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Como perdoar – parte 2

Na semana passada, falamos sobre a importância de perdoar aqueles que nos agrediram de alguma forma e a importância de nos perdoarmos também. E hoje, dando continuidade ao assunto, falaremos sobre a importância de agir e pedir perdão antes que um pequeno mal-estar se transforme em um grande mal-entendido e até ressentimento. 

Lembro que tive duas experiências com relação a isso que me fizeram entender o quanto é fundamental agirmos com rapidez quando se trata de coração e seus sentimentos. Uma das experiências foi muito boa e me fez crescer bastante na fé e como pessoa, mas na outra, percebi o quanto fui prejudicada por minha própria negligência. 

Vou começar pela experiência ruim. Sempre me dei bem com uma pessoa que passou a conviver frequentemente comigo, mas, certo dia, por causa de uma simples diferença de opinião, nos desentendemos. Não havia sido nada de mais, no entanto, fiquei pensando que eu havia me excedido e por isso deveria me desculpar. O problema foi que, em vez de eu  agir logo e pedir desculpas, como eu queria, fui pedir a opinião de outras pessoas sobre o ocorrido, que me disseram que aquilo era bobagem e que eu deveria deixar pra lá… E foi o que fiz. Deixei pra lá e me arrependi! Pois fiquei me sentindo mal e cheia de ressentimentos por bastante tempo. 

Depois de alguns anos voltamos a nos entender perfeitamente, mas foi uma luta até isso acontecer, o que não teria sido necessário se eu tivesse agido logo quando percebi que errei. 

O que eu aprendi com isso é que sempre que percebermos que devemos pedir desculpas ou perdoar, precisamos fazer imediatamente e não deixar o tempo passar, como se o tempo fosse apagar as mágoas. O tempo pode apagar as lembranças, mas os sentimentos ficam ali no coração, e se a gente não cuidar de resolver a situação, a tendência é piorar e, com isso, corremos o risco de regredir em tudo! 

Reconheço hoje que, se eu tivesse falado logo naquele dia, tudo se resolveria no mesmo instante e eu não precisaria sofrer por anos com aquela situação tão boba! Também reconheço que quando a gente protela demais uma atitude a ser tomada, principalmente nesse sentido, é porque, no fundo, existe uma raiz de orgulho que precisa ser arrancada. E isso é muito mais difícil de reconhecer, aceitar e fazer do que simplesmente dizer: “Desculpe, pois me excedi…”.

Mas, mesmo com essa experiência ruim tirei alguns proveitos que levarei para a vida inteira:

  1. Sempre que tiver de pedir perdão ou ou se desculpar com alguém, faça isso imediatamente;
  2. Não peça a opinião de ninguém quando precisar fazer algo que você sabe que deve fazer, principalmente quando for para pedir perdão ou perdoar alguém;
  3. Peça perdão ou desculpas ao invés de achar que a pessoa vai esquecer. Pode ser que tanto você quanto ela fiquem remoendo sentimentos desnecessários e com isso perderem grandes momentos bons juntos;
  4. Não conte a outras pessoas o que aconteceu. Primeiro resolva a situação com a pessoa e depois tome isso como uma grande lição. Se for pra você contar, que seja em forma de testemunho e mostrar que aprendeu com o erro, e não para lamentar, fofocar, reclamar, dar uma de vítima etc.;
  5. Se a pessoa não aceitar o seu perdão, ore por ela. Você fez a sua parte, mas não pode agir por ninguém.

Semana que vem contarei a experiência boa. Foi boa, mas também foi tão difícil… 

Até lá!

Jaqueline Corrêa.