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O odre e suas três metáforas

No passado o odre era o único utensílio utilizado para transportar sólidos e líquidos. Retirava-se a pele do animal que era costurada e colocada próximo ao fogo para ser depurado pelo calor da fumaça e só então ele estaria pronto para ser  utilizado.

Mas de tempos em tempos ele era colocado de volta na fumaça a fim de se tornar mais forte, pois, o calor o fazia escurecer e ficar ainda mais enrugado, aumentando assim sua utilidade.

Trazendo para o mundo espiritual o odre somos nós, a umidade é a água que representa a Palavra de Deus, a fumaça os desertos, o vinho, a sabedoria – que produz a felicidade em nossas vidas, uma vez que ela nos ensina a praticar Seus ensinamentos.

Há três metáforas sobre o odre que devemos meditar:

  • O salmista que se compara a um odre na fumaça que guarda os preceitos de Deus. “Já me assemelho a um odre na fumaça; contudo, não me esqueço dos teus decretos” (Salmos 119.83)
  • Jó, a um odre novo que está prestes a se romper. “Eis que dentro de mim sou como o vinho, sem respiradouro, como odres novos, prestes a arrebentar-se” (Jó 32.19)
  • E Jesus, que cita que não devemos colocar vinho novo em odres velhos. “Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” (Mateus 9.17)

O salmista se referiu as lutas exteriores, Jó as lutas interiores e Jesus a condição espiritual.

Há fases da nossa vida que passamos por situações nas quais nos sentimos como o odre na fumaça. Deixados de lado, sem utilidade aparente, com os olhos lacrimejados pelo calor da fumaça e consumidos pelo calor das lutas.

Mas se focarmos no que iremos carregar dentro de nós entenderemos que aquele momento é um período de preparação que irá nos fortalecer e capacitar para receber algo mais valioso, um alimento espiritual mais sólido  para levarmos ao aflito  e testemunharmos os frutos de quando praticamos o que recebemos. Foi o que o salmista expressou. Apesar das lutas exteriores se manteve na fé e apegado às promessas d’Ele.

Quando Jó se comparou a um odre novo que está prestes a se romper devido ao vinho fermentado que estava dentro de si, ele estava atribulado e temia que os medos e dúvidas que fermentavam seus pensamentos rompessem a sua aliança com Deus.

Quantas vezes achamos que não iremos suportar os questionamentos, pensamentos e complexos? Mas, quando nos refugiamos no fogo do Espírito nos renovamos e, como os odres, nos tornamos mais fortes. A sinceridade de Jó diante de Deus fez com que a fumaça se tornasse ainda mais eficaz para produzir sabedoria.

Sobre o vinho novo em odres velhos. O vinho novo não está totalmente fermentado e este processo aumenta seu volume. O odre velho é inflexível, ressecado, sem hidratação.

Nos tornamos odres velhos quando nos apegamos a conceitos pessoais e Deus não pode revelar a Sua vontade para aquele que é inflexível, apegado as próprias opiniões. Mesmo tendo entendimento não conseguiremos agir com sabedoria e consequentemente nos romperemos e nos tornaremos inúteis para levar as revelações de Deus.

Assim como o odre no passado, o homem é o único que carrega a essência de Deus e são as nossas decisões e escolhas que definirão se seremos utilizados ou inutilizados em Sua Obra.

Gislene Xavier.