Fui transferida para uma nova escola e, na minha sala de aula, a professora era muito grossa comigo, não tinha paciência quando eu errava, pelo contrário, falava alto na frente dos meus colegas aquilo que eu tinha errado, eu até ficava com vergonha disso. Se eu demorasse em alguma coisa, ela já tomava o caderno das minhas mãos. Qualquer coisa que eu fizesse era motivo de ser chamada a atenção. Já cheguei a ficar até sem recreio, por ter errado uma questão, e ter que ficar na sala refazendo a lição inteira. Fora as vezes que ela falava coisas para os meus pais que eu nem havia feito. Com os outros ela era muito legal, só agia assim comigo.

Nessa nova escola, após alguns professores saberem que ela era da igreja, começou a haver uma certa resistência em relação a Júlia, posso dizer que era uma forma de Bullying o que ela sofria. Com ela, não havia a paciência e a tolerância que deve haver quando se ensina a crianças. Na reunião de pais, mesmo a Júlia sendo uma boa aluna pelas notas que nós víamos que ela tirava, a que recebia mais críticas durante a reunião era ela. Havia dias em que a Júlia chegava em casa triste, chorava sem querer ir para escola, pois ela não estava mais aguentando aquela situação.

Até que, em uma das reuniões do Godllywood Girls, foi dada uma palavra sobre a importância de ser dócil e tranquila. Nós conversamos a respeito disso e chegamos à conclusão de que se ela colocasse em prática essa palavra não teria como essa situação não mudar. Ela começou a colocar os ensinamentos em prática, passando a ser carinhosa e educada com a professora todos os dias, inclusive nos momentos de intolerância. Hoje, quando vou buscar a Julia na escola, não tem um dia que a professora não abrace e a beije antes de ela ir embora. O seu jeito dócil constrangeu a professora, mudando-a também. Ou seja, através de uma atitude que a Júlia tomou, baseados nos ensinamentos passados no Godllywood Girls, ela sozinha resolveu uma situação sem precisar da minha intervenção e ainda levou um grande aprendizado para a sua vida.

Eu acompanhei as tristezas da Júlia em relação a essa situação que ela estava passando. Vi o quanto ela tinha sede de aprender no grupo e o prazer em mostrar o que aprendeu para os outros. E, usando esses ensinamentos e a sua vontade em querer ser uma criança melhor a cada dia, ela conseguiu reverter essa situação. E tenho certeza que continuará a reverter muitas outras, pois as suas atitudes diárias estão ficando mais maduras, mesmo ela sendo uma criança.

 Lovane , amiga da mãe