COMO DEUS PODE SUTILMENTE DEIXAR DE SER NOSSO PRIMEIRO AMOR
Muitos que conhecem a Deus começam bem, mas com o tempo, algo pode, sem perceber, tomar o lugar dEle em seus corações
Sim, isso acontece. Jesus alertou a igreja de Éfeso: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.” (Apocalipse 2:4). Apesar das boas obras, eles haviam perdido o essencial: o amor por Deus acima de tudo.
Esse afastamento não ocorre de forma abrupta. Pelo contrário, é gradual, sutil, quase imperceptível. Aos poucos, outras prioridades vão ocupando o espaço que era de Deus — até que, um dia, todos percebem, menos a própria pessoa.
Como isso acontece:
Primeiramente, é preciso que Deus tenha sido, de fato, o primeiro amor da pessoa. Quem já colocou Deus no centro da vida sabe o que é desejar agradá-Lo mais do que a si mesmo ou a qualquer outro. Sabe o que é viver para a vontade dEle.
No entanto, com o tempo, algo ou alguém pode começar a ocupar esse lugar central. E isso acontece lentamente. Muitas vezes, são até coisas boas — inclusive a própria obra de Deus.
A Obra de Deus pode tomar o lugar de Deus?
Sim. Há quem sirva a Deus, pregue, ajude pessoas e faça boas ações, mas com a motivação errada — buscando reconhecimento, status ou realização pessoal. Estão fazendo a Obra de Deus, mas do seu jeito, não como Deus quer.
Exemplos não faltam: pessoas que querem servir, mas impõem condições — “Quero fazer a obra, desde que seja cantando”; “Desde que seja em tal lugar”; “Depois que resolver minha vida, eu sirvo.” Nesse cenário, o “eu” está no centro, não Deus.
O Exemplo de Salomão: Quando o ‘eu’ toma o lugar de Deus
Salomão é um dos maiores exemplos bíblicos de quem começou bem, mas se desviou aos poucos. No início de seu reinado, pediu sabedoria a Deus para governar o povo com justiça (2 Crônicas 1:6–12). Ele agradou tanto ao Senhor que recebeu sabedoria, riquezas e paz. Mas, com o tempo, Salomão passou a viver para si mesmo. Em Eclesiastes 2, ele relata como se perdeu:
“Fiz para mim obras magníficas, edifiquei para mim casas, plantei para mim vinhas…” (Eclesiastes 2:4)
A repetição de “para mim” revela o novo centro de sua vida: ele mesmo. Diferente de seu pai, Davi, que usou suas riquezas para a casa de Deus, Salomão acumulou tesouros para si.
“Não privei o meu coração de alegria alguma… mas tudo era vaidade e aflição de espírito.” (Eclesiastes 2:10-11)
No fim, ele disse: “Por isso, odiei a vida.” (Eclesiastes 2:17). Apesar de ter tido tudo — poder, riqueza, prazer — sua vida tornou-se vazia. Ele havia perdido o propósito.
A vida não é sobre nós — É sobre Deus
Assim como Salomão, muitos hoje vivem em busca de satisfação pessoal — e mesmo tendo tudo, sentem-se vazios, perdidos. Porque a vida não é sobre nós. É sobre Deus.
João Batista resumiu bem: “Importa que Ele cresça, e eu diminua.” (João 3:30)
Se você entender isso, encontrará a verdadeira felicidade.
Confira essa mensagem na íntegra no vídeo acima.