thumb do blog Renato Cardoso
thumb do blog Renato Cardoso

Gwyneth Paltrow e Chris Martin se separam — as lições

Imagem de capa - Gwyneth Paltrow e Chris Martin se separam — as lições

Você já deve ter visto a notícia sobre a separação do “casal dourado” anunciada por eles nos últimos dias. Gwyneth Paltrow, considerada recentemente por uma revista americana “a mulher mais linda do mundo”, está se separando de Chris Martin, vocalista do Coldplay.

No comunicado oficial postado no site da atriz, o casal disse ter chegado à conclusão que “apesar de nos amarmos muito, permaneceremos separados”.
Como pode um casal que se ama muito permanecer separado? Quem ama separa? Quem ama quer viver longe? Quem ama quer sujeitar seus filhos pequenos a um divórcio? Há tanto sendo dito silenciosamente nas palavras do casal.
Logo na primeira página do livro Casamento Blindado, esclarecemos sobre isso:

O “amor” que une as pessoas não tem sido o suficiente para manter o casamento. Assustador, não é mesmo? Imaginar que aquele amor que vocês têm um pelo outro poderá não ser suficiente na hora da crise? O problema não tem sido a falta de amor, mas sim a falta de ferramentas para resolver os problemas inerentes ao viver a dois.

Na separação de Paltrow e Martin vemos mais uma vez esse fato sendo confirmado. As pessoas pensam que o amor é suficiente para fazer a relação funcionar. Não é. Muito menos esse tipo de amor, que presume que o sucesso do convívio a dois é automático.

“Conscious uncoupling”

A separação do casal, porém, tem tomado um foco mais bizarro. Gwyneth postou em seu site, logo abaixo do anúncio da separação, um artigo de seus “conselheiros espirituais” dando a entender que o casal não estava se divorciando mas sim fazendo um “conscious uncoupling” —um “desacoplamento consciente”. Entenda como uma maneira de tentar fazer a horrível realidade de um divórcio parecer positiva.
Em suma, o argumento é que nos dias atuais casamento para a vida toda não é mais uma opção viável. Segundo os gurus de Paltrow, numa era onde a expectativa de vida das pessoas é mais de 70 anos, “elas não estão biologicamente nem psicologicamente preparadas para viver com a mesma pessoa por quatro, cinco ou seis décadas.” A alternativa? Ter “dois ou três relacionamentos sérios ao longo da vida.”
Tem gente que paga caro para receber conselhos assim. Especialmente em Hollywood. Prepare-se para ouvir mais sobre casais de celebridades “desacoplando conscientemente” por aí.
Sabe por que esse argumento é tão atraente? Porque, como tantos outros mitos de relacionamento, ele isenta os “desacoplantes” de responsabilidade. Afinal, se o problema está na ideia do casamento para a vida toda, a culpa não é deles. Se o casal briga, se desentende, persegue objetivos diferentes que os distanciam, e acaba se separando — nada disso é o problema. Egoísmo? Orgulho? Teimosia? Não, essas coisas não são nada. A culpa é da biologia. Quem mandou viver muito?
Os gurus de Paltrow justificam sua teoria apontando que os casais que permanecem casados e felizes a vida toda são a exceção e não a regra. Mais uma vez, erram em afirmar que a maioria sempre está certa. Se assim fosse, teríamos de recomendar a pornografia como novo modo de vida para todos os homens. Sim, pois uma pesquisa apontou que quase 70% dos homens veem pornografia na Internet semanalmente. Ou seja, por essa lógica, se maioria o faz, deve ser bom e todos devem fazer.
Os ataques ao casamento, as mentiras vestidas de elegância, e os mitos novos e velhos não param de crescer. Se você não se blindar, você também acabará aceitando o divórcio como uma coisa natural e até bonita: uma prova da sua evolução como ser humano.
Fique alerta. Pratique o amor inteligente. Blinde seu casamento.