Um jovem me disse: “Bispo, eu estou perdendo a minha fé em Deus”. Eu fiquei surpreso, obviamente, e perguntei o que estava acontecendo. Ele disse: “Bispo, eu sou da Igreja desde sempre. Eu tenho procurado fazer as coisas na Igreja, como eu aprendi. Sirvo, faço parte de grupos voluntários. Mas tem uma coisa que eu tenho pedido a Deus há anos e Ele não me atendeu. Eu estou percebendo que eu tenho começado a ficar com mágoa de Deus”.

A minha resposta foi a seguinte: “Já lhe ocorreu que, talvez, isso que você está pedindo não é o que Deus quer para você. Na infinita sabedoria dEle, Ele vê que isso não vai ajudá-lo como você pensa”.

Infelizmente, essa atitude desse jovem é a mesma de muitos hoje: pensam que Deus existe para cumprir os seus desejos. Se você crê em um “deus” que atende todos os seus desejos, quem é o verdadeiro “deus” nesse relacionamento? Será que o “deus” não seria você? Ou seja, esse tipo de relacionamento equivocado é mais comum do que parece (especialmente, no meio cristão). É o pensamento típico de uma pessoa que ouviu falar de versículos que apelam para os desejos humanos, como: “o Senhor é o meu Pastor e nada me faltará”. Essas pessoas abraçaram esses versículos fora de contexto e não entenderam o que eles, realmente, dizem. Essas pessoas nem entenderam o início do Evangelho.

O próprio Senhor Jesus disse: “(…) não busco a Minha vontade, mas a vontade do Pai que Me enviou” (João 5:30).

Ele não veio para fazer a vontade dEle. Inclusive, Ele orou para que fosse passado dEle o cálice, mas o Pai não O poupou, porque não era a vontade do Pai. E o Filho, na total confiança, Se submeteu ao Pai.

Às vezes, a gente tem de beber do “cálice”. É como aquela criança em que o pai tem que lhe dar aquele remédio com gosto ruim e ela faz cara feia, vira o rosto. Mas o pai a faz tomar o remédio. Então, o “cálice”, às vezes, é amargo, mas vai nos fazer bem.

Há pessoas que colocam algo na cabeça e não querem saber se aquilo é a vontade de Deus ou não. Primeiro, vem a vontade de Deus. E nós precisamos aprender a crer sem compreender. Porque, às vezes, parece que não faz sentido.

O que temos de tomar de lição é que nós temos que confiar (ainda que não entendamos o que está acontecendo, o aparente silêncio de Deus). O silêncio significa que Deus está fazendo outra coisa que, lá na frente, vamos entender. Esse tipo de fé é a de mais alta qualidade. É aquela que não vê, não toca, não entende, mas confia no caráter de Deus. Eu sei que não é fácil, mas é melhor que seja assim.

Por causa dessa confiança, os filhos sabem que a vontade dEle será infinitamente melhor do que as suas próprias vontades.

Medite sobre isto por meio do vídeo acima.